BOAS IMAGENS

Onibus pouco confortável, e como se não bastasse , freia bruscamente> uns vão sentados, outros em pé, uns vendem, outros compram, com tudo isso é possivel ver boas imagens.

É POSSIVEL VER BELEZA

Onibus cheio no final da tarde. Cansaço, mas ainda é possivel ver beleza.

MANHÃ EM NOVA ALMEIDA

Um dia na praia com amigos é condição de felicidade. Manhã em Nova Almeida

VESTIDO DE BRANCO

Era para ter escrito antes, mas este blog andou arisco, andou sumindo sem dizer pra onde,então fui à praia com amigos, desenhei escrevi, li, fotografei, Não necessariamente nesta ordem. Vesti-me de branco e disse comigo mesmo: hoje ninguem vai tirar a minha paz.

Vista da cidade de Karlovy Vary

A Primavera de Praga poderia se chamar a primavera da republica Tcheca

Parece conto de fadas, entrar num livro como o de Branca de Neve e os sete anões ou o de Ali Babá e os 40 ladrões, é uma sensação incrível sentir a plenitude da primavera e a magia do ambiente provocado pela pequena cidade de Karlovy Vary há apenas 100 quilômetros de Pozorka mas que nos remete a histórias tão antigas e tão distantes da realidade em que vivemos no Brasil.
Tantas coisas me chamaram atenção nesta pequena cidade, por alguns dias fiquei achando-a mais encantadora e bela do que a própria capital "Praga".
Karlovy Vary está entre montanhas e vegetação densa, sua pequena área central se corta pelo rio que assume a função de guiar os turistas de uma ponta a outra da cidade e assim, apreciar todas as suas belezas. Foi aqui nesta cidade que o filme "Cassino Royal" foi filmado, o imponente prédio, quase o protagonista" da trama fica ao lado do rio na parte mais arborizada da cidade.
Eu me encantei com a beleza das flores, tulipas desenhadas com uma beleza suave, e o melhor, ali nas praças, nos canteiros das ruas e não nas floriculturas aos cuidados de estufas e ambientes artificializados, uma beleza que não esquecerei tão cedo.

Encontro com Schirley

Cheguei em Praga às 15hs, Schirley e lucas me esperavam no aeroporto, bem de frente com a saída de passageiros, a vi de longe e só neste momento ela acreditou que eu realmente estava lá.
Nos abraçamos ávidamente, minha amiga e o marido me levaram diretamente para Pozorka, cidade dos pais de Lucas.
O caminho cheio de flores recém desabrochadas da primavera perfumavam o ar e embelezavam a paisagem montanhosa que faziamos, durante todo o trajeto conversei com Schirley, mil coisas, mil histórias durante este ano de ausência.
Uma semana passariamos juntas, dois dias em Pozorka e Karlovy Vary e o restante em Praga, "a capital mais bonita da europa"

Eros e Psique

Eros, o deus do amor, se apaixona por uma simples mortal, Psique, e a história continua como todos já sabem, ele se casa com ela mas jamais revela seu rosto, porque havia prometido à sua mãe Vênus (ou Afrodite na mitologia romana) que destinaria à jovem Psique um monstro como esposo, e por aí vai...
O mito de Eros e Psique é bastante difundido, mas o que me impressionou nessa escultura são as figuras ali apresentadas, seus corpos e gestos são como os de crianças que brincam, brincam com o amor, com o mistério, com a vida. Uma leveza incrívelmente espontânea.
Esse tema (Eros e Psique) foi desenvolvido por tantos escultores e pintores, só aqui em Roma acho que já vi esse tema em diferentes apresentações mais ou menos tres vezes.
A escultura aqui ao lado, não tem um autor, data do século II antes de Cristo, quando a vi no museu do Campidoglio, me encantei, depois voltei a ela ainda outras duas vezes, para olhar melhor e tentar fazer essa foto (já que é proibido fotografar), a trago aqui hoje e a dedico ao Fefe, que, como aquelas duas crianças na escultura, é capaz de se encantar com o balanço ordenado do capim ao sabor do vento e aos passos de dança de um pequeno siri na praia. Essa é a beleza da vida.

Visita

Recebi uma visita de uma amiga de Londrina, Mira Benvenuto, musicista, filha do maestro Benvenuto, meu colega de departamento da Universidade de Londrina no início dos anos 90.

Ela agora está morando em Guripi, estado de Tocantins e faz mestrado no Rio de Janeiro. Por conta deste mestrado, ela viaja sempre para o Rio e nesta resolveu esticar a viagem até Vitória para a gente se encontrar e também para ela se informar mais sobre o Nucleo de Ensino à Distância, modalidade çde ensino que já se implantou na UFES e na qual venho atuando como professor. Foram horas e horas de conversa sobre o frio de Londrina no inverno, os amigos em comum e o destino que nos fez mudar para novas cidades. Nesta foto estamos em meu pequeno atelier em Vitória.

Um império muito grande

O império romano foi um dos maiores e mais duradouros da história. Começou antes do nascimeno de Cristo, e durou no ocidente até 476 depois de Cristo. Já no oriente ele durou muito mais, quase mil anos a mais... foi até 1.453 d.C.
Ao olhar as esculturas e perceber as dimensões que elas comportam, fiquei imaginando como deveriam ser essas esculturas inteiras, hoje só podemos aprecia-las assim, aos pedaços, mas como elas seriam inteiras? quais dimensões teriam? quão ampliada ficaria nossa "impotência" diante de tal estátua?
Mesmo não tendo essas respostas, podemos ver o legado que essa cultura nos deixou. A cultura de um povo explorador, que avança fronteiras, que esparrama seus hábitos alimentares pelo mundo e que ( de alguma forma) também nos faz.

Aniversário de Roma II

A loba...

Aniversário de Roma I

Para as comemorações do aniversário de Roma, além dos espetáculos musicais realizados em diversas praças diferentes durante todo o dia, os museus também recebem visitantes gratuitamente.
Proveitei e fiz minhas escolhas: no domingo fui visitar o Museu Campidoglio, são dois prédio dispostos frente a frente, o que os separa é uma praça projetada e, em parte, realizada por Michelangelo, mas quando estamos dentro do museu, nos dirigimos ao "predio novo" por uma passagem subterrânea, e lá nesta passagem estão alguns restos mortais dos antigos imperadores de Roma. A sala mais visitada é sem dúvida a "Stanza da Lupa", ou seja, a sala onde se encontra a escultura da loba que, diz a lenda, amamentou Romulo e Remo, os (conforme a lenda) fundadores de Roma.
São tantas as belezas dentro do museu, tantas as obras, que tive que me concentrar em algumas salas, então me detive numa sala que parecia pouco importante.
Trata-se de uma sala que é usada também como mini auditório, e as pinturas ali parecem apenas "enfeitar" um lugar já destinado a outras funções, e não propriamente um museu.
Mas lá encontrei uma pintura enorme de Rubens, O rapto das Sabinas. A cena ali retratada é impactante, a movimentação de braços e pernas dada pelo jogo de luz e sombra nos deixa ver alem do peso da cena também a beleza e o esmero acadêmico da pintura de Rubens.

Urso panda e Daniela

Na "piazza del popolo" a concentração de pessoas era imensa, haviam tantas manifestações e tantos cartazes e propagandas que foi difícil encontrar um espacinho para fazer a foto com Daniela.
Queríamos que o fundo mostrasse o movimento de "adoção" de um urso, uma simbologia sim, pois os ursos eram de gesso, mas as pessoas se comprometiam em levar o seu urso prá casa, cuidar dele, e devolvê-lo na próxima exposição.
Muitas pessoas saíam de lá carregando no colo seu urso, cada um à sua maneira de dizer que é amigo da natureza e que participa da proteção dos animais.
Foi a primeira vez que saí com Daniela, foi agradável e descontraído...

TRES EMAILS

Querida,
já chegou aí? Como foi a viagem. Postei ontem um textinho para você, contando o meu retorno do aeroporto para casa. Continuo com dores na coluna. Fui ao fisiatra, ele pediu uma radiografia, fui à Celeste e me emocionei, à tarde fui para o atelier e lá fiquei até a noite. Entre outras coisas fiz uma aquerela que penso chamar "Estratégia para para trabalhar os desejos" Estou com outras em mente, diretamente ligadas esta que penso chamar "Estratégia para construir pontes". Mas como foi seu vôo, como foi a chegada aí em Roma? Conte, penso em você
beijo. Fer.

Querido meu, cheguei aqui às 11:48h no horário do Brasil, aqui 16: 48h. ..tarde, mas ainda com luz. Foi possível criar imagens imaginárias, olhando a paisagem e deixando que os pensamentos voarem. Em Madri foi uma correria ... 40 minutos para atravessar todo aeroporto e trocar de avião...Nessa correria amizades pelo caminho: conheci Paula, italiana perdida em Madri... conheci Gisele, brasileira, perdida em Madri. Formamos um grupo das perdidas em Madri, mas foi muito bom o voo, sem problemas. Passei fácil, Gisele se encrencou, Paula, a italiana, passou direto. Vim olhando pra minha aliança em meu dedo, vi como ela é bonita! fique bem..
bju dri-

Querido,
Se eu não estiver aqui amnhã, para conversarmos no skype conforme conbinamos, vc não fica chateado não. Aconteceram duas coisas...1. Essa madrugada uma amiga minha aqui da moradia chegou do Egito, eu a vi na hora do almoço, depois de falar com vc. Eu estava feliz e contente, ela desesperada e triste, e me contou o que aconteceu na viagem dela: Sofreu um estupro no Egito, e não pode fazer nada porque la, a lei protege esse tipo de ação masculina.. Ela poderia ter morrido, mas a lei diz que o homem está certo.. fiquei chocada!!... Então a convidei para fazer uma giro comigo. Fomos a uma loja de papeis e produtos artísticos da qual já lhe falei, depois saimos em busca de um cinema de graça que haviamos visto num cartaz.. e nos perdemos em Roma! Mas foi bom, vi outras coisas com ela, procuramos um presente pro irmaozinho dela e entre as coisas que vimos, descobrimos que amanhã e terça será comemorado o aniversario de Roma 2762 anos!! Essa é a segunda coisa. E por ocasião deste aniversario todos os museu serão abertos gratuitamente, então pensei visitar alguns deles...haverá também muitas peças musicais gratuitas pela cidade. Sairei com minha amiga, ela está precisando de ajuda agora. Gostaria de combinar de falar com você mais tarde, tipo às 15:00h aí. seja à 20:00 aqui. pode ser?...Com meu amor per te,Dri

Querida,
Acabei de ler seu email, fiquei chocado com a notícia... não sei o que falar. Notícias como essas sempre nos assustam e nos mostram nossa impotência e o absurdo da vida.
Não sei o que falar, transmita `a sua amiga o meu assombro e meu sentimento de dor.
Às 15:00h nos falamos pelo skype. Saia com ela sim e curta esse aniversário estranho,
Afinal não vamos saber nunca o que é mesmo comemorar 2762 anos de existência!
Esta semana foi aniversário de Lara Brotas, peguei então a aquarela "Estratégia..." e levei a para ela com um abraço, hoje no café.
Até mais, bom passei com meu abraço
Seu Fer

Me levantei tarde, e percebi que havia me esquecido de tomar os devidos cuidados com o tal "male d'ária" que assombra nossas ações impensadas aqui em Roma, por exemplo: jamais deite-se com o cabelo molhado! Essa prática é um convite às dores de garganta e cabeça... foi assim que acordei hoje, me lembrando dos meus poucos cuidados da noite anterior, a dorzinha chata na garganta me fez tomar duas xícaras de chá.
Maria chegou, já falei dela aqui neste blog, hoje está aqui novamente e está também indisposta, me falou de uma dor de cabeça e um cansaço nas costas. Ofereci a ela uma neosaldina e um café "brasiliano", nos sentamos e começamos uma conversa amistosa.
Ela me disse que a Páscoa na Ucrânia se celebra amanhã e segunda -feira, trata-se da celebração católica e ortodoxa, todos, todos celebram (independente da religião) o mesmo culto.
Amanhã vão à igreja levando uma cesta com alimentos, entram na igreja de joelhos até chegar à imagem do cristo morto, a beijam e se afastam de costas. Colocam-se em circulo dentro da igreja e o padre passa dando a benção aos alimentos que mais tarde serão servidos a todos os membros da casa e seus possíveis visitantes num mesmo prato, onde todos devem comer juntos.
Maria me disse que são muitos os ucranianos em Roma e que amanhã haverá uma celebração grande na igreja do bairro Pirâmide, ela mesma não poderá ir, trabalha cuidando de uma senhora idosa aos domingos, mas estava muito emocionada, porque sua amiga e companheira de quarto já havia providenciado tudo para a benção do padre na igreja e que em casa terá uma refeição e um rito próprio de seu país.
Me senti novamente muito privilegiada, estive no Brasil em visita rápida, um presente que recebi do Fefe, um presente que ele pode me dar e que, com prazer, o recebi. Do Brasil trouxe café, macarrão, aveia e junto com alguns mantimentos trouxe também o carinho e o calor da cidade em que moro.
Maria pensa em ir visitar os filhos em maio, ainda faz planos, mas está certa de que não pode mais driblar a saudade...

Antes das férias de Páscoa, fiz essa foto.
A divido com vocês, porque é uma das poucas fotos que alguém fez de mim.

Querido,
Você bem disse em sua postagem... "precisavamos desta viagem, prá continuar a nossa". Nos despedimos no aeroporto, porém não nos separamos, sinalizamos quando nos veremos novamente e toda a vida e toda a saúde que ainda queremos juntos em breve teremos.
Voltar para Roma foi uma surpresa agradável, uma semana longe da lingua, dos hábitos e da cultura foi importante para os reencontrar mais tranquila... olhar a paisagem e esquecer de presetar atenção em tudo para não me perder, deixar a cidade me levar, e deixar que conversem comigo em italiano, ingles e frances sem mesmo entender tudo o que dizem... mas me permitir encontrar um mundo de estrangeiros que como eu chega a Roma nesta tarde...
Sentei-me descansada no metrô e deixei que ele deslizasse pelos trilhos a fim de me deixar (e deixar a tantas pessoas) mais perto de casa...
Cheguei, abri a porta e o silêncio da casa me acolheu, ao poucos uma vóz lá fora começou a cantar e a tocar violão, prática cada dia mais frequente aqui... acho que é a primavera deixando florescer o que o inverno guardou.

VOAR É BOM

Uma nova partida, um café no aeroporto, no mesmo lugar onde nos despedimos

ha um mes e meio. Estamos agradecidos pelo encontro, precisávamos no encontrar para continuarmos nossa viagem.

Fotogramos. Criamos imgens, queremos lembrar, queremos imaginar:

aeroporto Goiabeiras-Vitória, aeroporto Galeão-Rio de Janeiro, aeroporto Mad-Madrid e finalmente aeroporto Fiumichino-Roma.

Fotografo no ônibus de volta para o apartamento; crio boas imagens, com elas caminho para a tarde e para o fim do dia. À noite, luta para acessar internet. Nestas horas, você atravessa o Mediterrâneo. Aeroporto Mad-Madrid, em seguida o Fiumichino-Roma, onde dentro em breve encontrarei voce. Voar é bom. Boa noite querida e boa viagem.

Para vocês... uma flor!

Para Fefe, Sonia e Claudia...
Neste momento eu só posso oferecer uma flor para vocês, uma flor em agradecimento às preocupações e aos carinhos, que chegam a mim, mesmo que virtualmente, mas chegam... e tocam meu coração, me enche de saudade e de alegria.
Também ofereço essa flor àqueles (as) que me mandaram recados pelo orkut, msn, skype, enfim... a todos vocês que se preocuparam comigo e que, principalmente, se preocuparam com a condição humana, frágil e vulmerável que sou (que somos)
meu MUITO OBRIGADA!!

sol...

Depois dos terremotos o tempo resolveu esquentar, foi o primeiro dia que saí de casa somente com duas blusas e as tirei enquanto caminhava pelas ruinas dos palácios medievais.
A camisetinha preta (na foto) foi um presente do Fefe uns dias antes da minha partida para a Italia, e vejam só.... é ela que aparece pela primeira vez nas fotos que indicam o início da primavera e a estação do "não muito frio"!!!
Sempre meu querido Fefe aparece em meus depoismentos aqui neste blog, mesmo que eu quisesse não falar dele... não daria.... somos um só.

A terra treme

Na história de Roma vários templos, esculturas, santuários e outras obras arquitetônicas tiveram seu curso desviado pelos abalos sísmicos que as fizeram cair ou ruir... Essa noite aconteceu outro terremoro aqui em Roma, eu estava dormindo, toda a população (ou boa parte dela) estava dormindo.
A sirene tocou, alto e agudo; deu um sinal de alerta que eu não conhecia, mas acordei num sobressalto em meio aos sons dos cabides batendo dentro do guarda-roupas, minha cama saltando para a esquerda como se estivesse sendo puxada ao encontro da janela e meu abajour/lampada batia freneticamente contra o teto.
Por um instante duvidei que estava vivendo um terremoto, depois vieram os choros do andar de cima e a sirene alternou entre os sons agudos e graves, tentei me lembrar o que é que se faz nessas horas, será que devia me deitar no chão? levantar? sair do prédio? mas confesso que não me lembrei de nada, acho que nunca me detive em informações do tipo " como se protejer de um terremoto", nunca imaginei passar por um.
Mas passei... aos poucos a sirene abaixou seu volume, os choros cessaram... já era quase claro lá fora e eu pensei, "pronto! não vou mais dormir...", aos pouco fui ficando calma e dormi mais um pouco.
Acordei bem cedo, na verdade apenas dormi mais alguns minutos depois do terremoto, saí e fui prá escola, lá todos falavam do saldo de mortos, feridos e desabrigados das regiões aqui próximas que foram fortemente atingidas....

Moisés

Visitei uma Igreja, aliás, visito Igrejas quase todos os dias... nelas encontro obras de arte que foram feitas para túmulos, para altares ou para a difusão da fé cristã como foi o caso desta que falo hoje.
Visitei essa igreja principalmete depois de falar com Fefe, ele me disse: "procure Moisés, de Michelangelo!" e lá fui eu, encontrei-o, e no mesmo dia, saí para visitá-lo.
Trata-se de uma obra monumental, são ao todo 7 esculturas, a principal é Moisés sentado, com as tábuas da lei de Deus nas mãos, olhar oblíquo e dois raios de sol que incidem sobre sua cabeça (mas que parecem chifres).
É uma obra de se olhar de longe, sua dimensão não permitiria uma aproximação, perderiamos os detalhes e consequentemente a noção de todo, permaneci na igreja por algum tempo, me sentei, me levantei, procurei outros angulos para apreciar a escultura e tentar entender a história que ronda a criação daquela obra... Michelangelo ao concluí-la ficou muito satisfeito com o seu trabalho, e foi prá esta obra que ele disse "parla!", pois realmente ela só falta falar... sua expressões, dimensões, acabamento e principalmente a mensagem que ela deveria passar (e passa), a mesnagem de um profeta com um tesouro nas mãos, as leis, as leis dos cristãos, isso está ali... posto anquela obra.
Quando cheguei em casa, o "santo skype" me permitiu falar com o Fefe novamente e ele me disse de um texto do Freud sobre essa obra. Um texto que fala do instante do pensamento de Moisés, esse instante que foi escolhido por Michelangelo... fiquei muito interessada, vou procurar esse texto... Obrigada meu bem, por mais essa dica!

Maria

A cada quinze dias Maria vem aqui prá fazer a limpeza pesada do apartamento, hoje nos falamos mais, eu cheguei em casa por volta de meio dia e ela ainda estava por aqui terminando os seus afazeres... Iniciamos uma conversa amistosa e descontraída, somente lá pelas tantas é que descobri que ela não era italiana, é Ucraniana, começamos a falar de nossos países e ela achando muito estranho esse tipo de páscoa que fazemos aqui e no Brasil também, com ovos de chocolate e muito doce.
Nossa conversa tomou os rumos da economia e fiquei chocada com o que ouvi... ela me disse que sua mãe trabalhou durante 35 anos numa mesma fábrica, num mesmo serviço, lavando peças (não sei de que) dentro de um tanque de água, ao se aposentar teve o direito a apenas 59,70 euros por mês de aposentadoria, e mais, ela me disse que sua filha é enfermeira num hospital, conseguiu se formar e hoje trabalha num "emprego bom" (segundo ela) e tem um "bom salário" de 70,00 ao mês...
Maria já está perto de completar 50 anos, está na Itália fazendo faxina à 7 anos, ela não sabe o que a vida reserva... a Ucrânia é um país de economia muito instável, mas sabe que terá que um dia voltar para lá, para seus dois filhos e netos.
Ao final da manhã, Maria terminou seu trabalho e passou no meu quarto, nos abraçamos e nos despedimos.

Sábado de manhã, a chuva da banho na cidade,

parece dar banho numa criança.

Chuva leve, cantante.

Os carros passam e fazem espuma nas poças dágua

como se fosse numa bacia

e os pingos, caindo tomam lugar de um chuveiro do tamanho do céu.

Céu nublado é verdade, com certo frio,

mas talvez por ser de manha uma ar de poesia

enche de claridade esse começo de dia.

Da vontade que dar é ficar na cama, ou ficar na janela

olhando a chuva cantar

os carros passarem,

uma pessoa ou outra de guarda chuva,

indo trabalhar,

Olhar o vazio bonito de quando se amanhece

e a gente diz hoje não vou me stressar.

Se voce estivesse aqui, estaríamos fazendo uma

dessas coisas, com carinho com amor.

viver com voce é bonito.

A Capela

Atualmente é proibido fotografar na capela Sistina até sem flash, porém não é isso que acontece, todos tentam burlar a ordem e fazer sua foto, afinal, não é todo dia que visitamos um dos maiores ícones da pintura ocidental - Uma capela inteira pintada por um jovem rapaz que, prá piorar, ainda tinha controvérsias com a Igreja Católica, Michelangelo trabalhou arduamente....
A Capela não é grande, porém é muito alta, como a maioria das Igrejas daquela época, o efeito de sentido que deveria dar, e que talvez ainda dê quando se entra sozinho na capela, era o de que somos um grão de poeira na imensidão da criação de deus. O teto da capela é muito alto e nos coloca muito perto do chão, a imponencia da contrução nos indica nossa condição de seres minusculos quase insignificantes... uma outra situação nos ajudar a fazer esses percurso de pensamento, toda a "criação" ali desenhada, desde a criação e Adão até o inferno, o paraiso, tudo, tudo o que é possivel acontecer com aqueles que creem na fé cristão, está lá.. pintada, do alto até o chão da capela como que nos olhando, nos "vigiando"... Porém não foi isso tudo que senti quando cheguei, havia uma imensidão de pessoas, tantos rumores, tantos guias em inumeras linguas diferentes e ainda os avisos de não fotografar e fazer silêncio eram dados em alto-falantes em 7 linguas diferentes, tudo isso acaba dispersando o sentido acima citado.
Mas o que fica é a experiencia de ver, visitar e com alguma sorte, se sentar, e admirar a obra ali posta.

fuso horário + horário de verão

As vezes a diferença de horário entre Brasil e Italia me deixa irritada. São cinco horas a mais aqui... se saio de casa á 7h30 mais ou menos, no Brasil são 2h30 da madrugada e, somente lá pelo meio dia é que posso encontrar o Fefe on line, porque já serão 7 da manhã.
Quando saio de casa faço logo as contas para saber a que horas vou voltar e se chegando em casa o encontrarei on line para conversarmos um pouco.
Digo isso, porque especialmente hoje gostaria de falar com ele, estar com ele e participar com ele do seu dia e de seus compromissos. Gostaria de encontrá-lo e viver mais esse dia, esse único dia 02 de abril... mas aqui já são 19h28... ou seja, aí são 14h28... Fefe está na Ufes.

Marzo è già finito.

O mês de março acabou. Mas será que passou? Tantas coisas conheci e vivi nesta cidade durante esse março (de 2009) que acho que ele não passará tão depressa como a cronologia nos obriga a pensar.
Esse tempo que já vivi aqui, oscilou entre o tempo cronos e o tempo kairós, entre as horas, as vezes sofridas, arrastadas, chuvosas e frias e, as horas alegres, felizes, de descobertas e de prazer. Acho que em todos os lugares o tempo se apresenta assim... em sua multiplicidade de sentidos, ou, melhor dizendo, em sua polissemia.
Abril se abriu, como mais um mês, mas não qualquer mês, um mês de abril que promete ser melhor que março, que quer ser também continuação de março, mas sobretudo, que é o meu dia-a-dia.