Me levantei tarde, e percebi que havia me esquecido de tomar os devidos cuidados com o tal "male d'ária" que assombra nossas ações impensadas aqui em Roma, por exemplo: jamais deite-se com o cabelo molhado! Essa prática é um convite às dores de garganta e cabeça... foi assim que acordei hoje, me lembrando dos meus poucos cuidados da noite anterior, a dorzinha chata na garganta me fez tomar duas xícaras de chá.
Maria chegou, já falei dela aqui neste blog, hoje está aqui novamente e está também indisposta, me falou de uma dor de cabeça e um cansaço nas costas. Ofereci a ela uma neosaldina e um café "brasiliano", nos sentamos e começamos uma conversa amistosa.
Ela me disse que a Páscoa na Ucrânia se celebra amanhã e segunda -feira, trata-se da celebração católica e ortodoxa, todos, todos celebram (independente da religião) o mesmo culto.
Amanhã vão à igreja levando uma cesta com alimentos, entram na igreja de joelhos até chegar à imagem do cristo morto, a beijam e se afastam de costas. Colocam-se em circulo dentro da igreja e o padre passa dando a benção aos alimentos que mais tarde serão servidos a todos os membros da casa e seus possíveis visitantes num mesmo prato, onde todos devem comer juntos.
Maria me disse que são muitos os ucranianos em Roma e que amanhã haverá uma celebração grande na igreja do bairro Pirâmide, ela mesma não poderá ir, trabalha cuidando de uma senhora idosa aos domingos, mas estava muito emocionada, porque sua amiga e companheira de quarto já havia providenciado tudo para a benção do padre na igreja e que em casa terá uma refeição e um rito próprio de seu país.
Me senti novamente muito privilegiada, estive no Brasil em visita rápida, um presente que recebi do Fefe, um presente que ele pode me dar e que, com prazer, o recebi. Do Brasil trouxe café, macarrão, aveia e junto com alguns mantimentos trouxe também o carinho e o calor da cidade em que moro.
Maria pensa em ir visitar os filhos em maio, ainda faz planos, mas está certa de que não pode mais driblar a saudade...