sábado, 7 de março de 2009

O ESCURO É COMO UMA PAREDE

Fui à praia, andar na areia, ouvir o barulho do mar.Estava anoitecendo. O dia se fazia e se fez escuro e eu não tinha outra coisa a fazer do que ver o escuro, sentir o escuro, ali sentado sem ninguem. O vento fresco brincava com as ondas, com a minha roupa, com a minha pele e entrava em meus pulmões, a cada respiração minha nos tornavamos um só, percebi ser parte de tudo aquilo que estava vendo.

Quando pela primeira vez pensei em morar perto do mar, pensei no espaço que se abre para as vistas e para o ser na lida diária. Vivi esse espaço ali no escuro.

Sentei-me na areia com as pernas cruzadas e fiz minha meditação da noite; lembrei-me dos monges que meditam voltados para a parede. O escuro é como uma parede, o lugar mais difícil para se estar. Pensei em voce, agradecido pela sua atenção, dedicação e amor. Quando me levantei o som do mar foi ficando distante e o da cidade próximo, entrei nele, estou nele, mas tudo é silêncio.

Um comentário:

  1. Meu amor,
    Texto lindo o seu. Mas tenho que te dizer, que mesmo o silêncio da meditação permite que os pensamentos passem pela nossa mente e saiam dela, sem compromisso de ficar ou ir...
    O som da cidade também está dentro da gente, como o silêncio, somos todos eles...ouço sons aqui que não consigo entender, sons de carros e buzinas diferentes, que não fazem parte do meu repertório de sons, a mesma coisa com as imagens....
    Mas a escolha do pensamento, esta eu posso ter, e quero ter, penso naqueles que me são caros... em você, na minha família, me lembrei da Fabi e do Dio, como devem estar felizes!
    Fico imaginando você, sentado na praia... como ja fizemos tantas vezes juntos..
    não imaginou que aquele vento que passou na piazza navona levou meu beijo até você?

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