segunda-feira, 2 de março de 2009

SABIA QUE VOCE ESTAVA ALI




Querida, Voce viajou. Choramos na despedida e na véspera. Mas não foi apenas choro, foi também sorriso, palavras, promessas e compromisso.
Sei bem que ainda choraremos e também sorriremos daqui e de lá até de novo nos encontrarmos. Assiti ao seu embarque da cabine de espera.
O avião estava longe, mal dava para destinguir as pessoas subindo a escada do avião.
Não contava reconhecê-la naquela distância e ainda mais atravez do vidro com reflexos.
Mas fiquei assitindo, sabia que voce estava ali, não era só questão de ver,
mesmo eu não vendo, voce estava subindo naquele avião.
Sei que voce também não poderia me ver, mas uma coisa era certa, voce sabia que eu estava ali, isso era real. Subito, vejo uma blusa rosa e uma cabeleira loira, parada na escada olhando para tras, procurando alguem impossível de se ver, era voce, parou tres vezes e acenou com a mão.
Voce não podia me ver mas sabia que eu esava ali. Acenei também, como outros ao meu lado acenaram se despedindo do seus, sabíamos que não éramos vistos, mas sabiamos
que sabiam que estávamos ali. Guardei a cena no coração e em um pequeno vídeo e em uma fotografia, anexo.

Vai avião leve o meu amor, disse baixinho, voe bem, voe com segurança, porque está levando um tesouro, uma parte de mim, uma parte de tantos aqui do meu lado. Leve todos com segurança. Nossos pensamentos te seguirão céu adentro e continuarão te seguindo mesmo quando não soubermos onde estás.

Esperei o tempo da partida, fotografei o céu à minha frente, descobri uma nuvem branca solitária no céu azul celeste. Uma nuvem tão solitária quanto eu naquele instante. Segui fotografando-a todo o tempo de espera, mas ela não esperou. Aparentemente parada, na verdade, ela estava em movimento e a cada dois ou três minutos que fotografava via a desaparecendo até ficar só o azul celeste. Sumiu como se não tivesse existido, mas eu sabia que ela tinha estado ali e que agora estava no azul, quando o avião da Tam passou levando voce.
Ficou o infinito, e nele estão voce, a nuvem, nossos sentimentos.

Cheguei em casa quarenta minutos depois. Sabia que ía encontrar o apartamento com um sentimento de vazio. Eu vi o vazio, mas o vazio estava cheio de voce. Vi o brilho do chão, agora parendo maior e mais espaçoso, vi seu chinelo vermelho havaina e pensei ah, ela devia tê-lo levado, vai precisar de um lá! Vi as chícaras que tomamos chá, um chá morno e suave, no lugar do café, como da primeira vez que nos encontramos em fevereiro de 2001, na Universidade Estadual de Londrina-Pr. Passei pela porta do quarto onde dormimos e, de relance vi uma imagem que me deu um susto, o lençol enrolado pareceu cobrir um corpo, por um instante pensei que era você ali, dormindo. Você não estava ali, mas eu a vi. Pendurei a toalha molhada do nosso banho e da nossa sede insaciável de fazer amor. Andei pelo apartamento vazio, em silencio, sentindo este vazio pleno de você e me sentei em frente ao computador.

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